domingo, setembro 16, 2007

domingo, setembro 02, 2007

Escarrettes

Há uma tradição milenar que persiste forte e inalterada até aos dias de hoje:
o lançamento da escarreta.

Grunhos de norte a sul, javardolas da cidade ou do campo, fazem com que um centilitro de expectoração se transforme num grotesco ritual que enche de orgulho o peito do seu produtor.
Uma arte e um dom esmerados com a idade e que não estão ao alcance de qualquer um.
Tudo começa com um som caprichado e sentido. Gutural - provindo das entranhas da alma.
O silêncio que se segue revela uma degustação meticulosa e ponderada do produto obtido - o escarrador é um exigente escanção.
E eis que os lábios, como que pronunciando a doce letra "u", mas na realidade emitindo um som jurássico, com uma destreza e aprofundada técnica balística lançam a escarreta no alvo perfeito: o chão que todos pisamos.

A indiferença e a cumplicidade dos que presenciam este ritual não é menos repugnante que o ar de satisfação e orgulho que o autor da proeza ostenta após a marcação do território, seguindo em frente e de cabeça erguida.

"Se tivesse pulseira parecia um relógio"






Devido ao teor deste tema, a imagem que ilustra este post foi por mim censurada. Quem tiver coragem e desejar vê-la terá de clicar na palavra "CENSORED" e a oculta e repulsiva imagem aparecerá.
Advirto, no entanto, que a visão da imagem causa uma repugnância inaudita.

A sério! É perturbante e nojenta!
Quem desejar que clique por sua conta e risco.
Eu avisei!!!